Por volta das primeiras décadas do século XVIII, Manoel da Costa Valle, filho de Antônio da Costa e Maria Martins Ferreira, saiu de Portugal, cortou o Oceano Atlântico e veio para a maior colônia daquele pequeno país.
Natural de Santa Eulália, uma pequena povoação do norte de Portugal, submetida ao Arcebispado de Braga, ele buscava, como tantos outros, obter fortuna em terras brasileiras.
Seguia, esperançoso, as inúmeras histórias contadas
na Europa acerca das riquezas auríferas recém-descobertas no solo do Brasil,
mormente em Minas Gerais.
Aqui, casou-se em São Paulo com Maria do
Rosário Pedrosa de Morais, natural de Guaratinguetá SP, filha de João Pedroso
de Morais e Ana Barbosa de Lima.
A família de Maria do Rosário já era tradicional na
Capitania de São Paulo, descendentes de nobres de Bragança, em Portugal.
Dando sequência a seus planos, mudou-se para Lavras
do Funil, povoação florescente do sul de Minas, em virtude do ouro ali descoberto.
Naquela região, viria a nascer, em 1769 seu filho
Antônio de Pádua da Silva Leite, patriarca da família Pádua.
Pois bem, mas por quê Pádua e por quê Silva Leite?
Deparamo-nos aqui com um fato interessantíssimo.
Antônio de Pádua foi assim chamado em homenagem ao
grande Santo Antônio ,
nascido em Portugal, na cidade de Lisboa e radicado na cidade de Pádua, na
Itália (daí o fato de ser conhecido como santo Antônio de Pádua).
O patronímico Silva Leite foi acrescido-lhe em
virtude de ter sido criado pela família Silva Leite2, quando da
morte de seu pai.
Em 13 de julho de 1796, Antônio de Pádua da Silva Leite
casa-se com Ana Maria de Oliveira, filha do Tenente José Maria de Moura e de
Genoveva Maria de Oliveira.
Juntos teriam tido nove filhos.
Seguindo um motivo que nos foge, Antônio de Pádua
legou aos filhos, como nome patronímico, o termo Pádua, anteriormente usado
como procedência do santo supracitado, dando início à pequena, mas fascinante,
história da família Pádua.
Um dos filhos de Antônio de Pádua tornou-se um dos
principais troncos da família Pádua. Estamos falando de Antônio de Pádua da Silva
Leite Filho, mais conhecido por Capitão Pádua, em virtude de patente de oficial
da Guarda Nacional concedida a ele pelo Presidente da Província de Minas Gerais
em 15 de abril de 1841.
O Capitão Pádua casou-se com Severina Dias de
Oliveira, filha de Francisco Antônio Pereira e de Francisca Francelina de
Oliveira, mudando-se em seguida para São Sebastião do Paraíso, onde deixou
enorme descendência, conforme poderemos ver na árvore disponível neste
trabalho.
Outro tronco importante da família Pádua foi Pedro
José de Alcântara Pádua, filho de Francisco José da Costa e Francisca de Paula
Anunciação. Francisco era irmão de Antônio de Pádua Silva Leite e filho de Manoel
da Costa Valle.
Quando Francisco faleceu, sua viúva Francisca de
Paula casou-se com o cunhado, então viúvo também, Antônio de Pádua da Silva Leite,
que acabou criando o menino Pedro José de Alcântara, que adicionou ao seu nome
o patronímico Pádua em homenagem ao tio-padrasto.
Pedro José de Alcântara Pádua casou-se com Clara
Umbelina de Mello e Souza e foram morar em Cássia MG. Depois transferiram-se
para Passos MG.
De seu casamento com Francisca de Paula Anunciação, Antônio de Pádua da Silva Leite ainda deixou
descendentes em Lavras MG e adjacências, por meio de seu filho Saturnino José de Pádua e netos, dentre eles Misseno Alves de Pádua.
Antônio de Pádua da Silva Leite Filho, o Capitão Pádua,
deixou descendentes em São Sebastião do Paraíso MG e em todo o sudoeste
mineiro.
Pedro José de Alcântara Pádua deixou descendentes em
Cássia MG, Pratápolis MG e Passos MG.
Hoje, a família Pádua pode ser encontrada, além das
cidades citadas, em Belo Horizonte MG, Uberaba MG, Ituiutaba MG, Uberlândia MG,
Curitiba PR, Cornélio Procópio PR, São Paulo SP, Campinas SP, Ribeirão Preto
SP, Rio de Janeiro RJ, Vila Velha ES, Brasília DF e muitas outras localidades
do Brasil.
2. Revista do Arquivo Público Mineiro. Ano XVI, Volume I, 1911. Pág. 148 e seguintes.